- Dra. Cláudia Klein
Neuroplasticidade e Cocriação
Você pode mudar seu cérebro e você pode mudar sua vida.
Quando aprendemos algo novo - algum movimento, uma passo de dança, uma nova música ou até mesmo uma nova maneira de respirar -, as células neurais se transformam, produzindo uma nova decodificação.
“Eu nasci assim, eu vivi assim, eu sou sempre assim: sempre Gabriela!”
Música da década de 70, quando ainda existia a tese de que as células neurais não se regeneram... Eu mesma nos anos 90 aprendi isso na faculdade.
Hoje, sabemos que o nosso Cérebro pode ser melhorado e ressignificado com treino, persistência e empenho.
Também sabemos que não estamos mais atrelados ao determinismo da nossa genética. Estudando a Epigenética, sabemos que os fatores ambientais podem modificar nosso cérebro e nosso determinismo genético.
Mais de 50% dos nossos hábitos modificam a nossa saúde. Abaixo, alguns fatores epigenéticos que podem ser externos ou internos, sendo sempre modificáveis:
- hormônios;
- substâncias psicoativas (álcool, drogas, cigarros);
- flora bacteriana intestinal;
- relacionamentos;
- atividades físicas e aprendizado de novos movimentos;
- treinamento cerebral e meditação;
Ou seja, nossas escolhas - positivas ou negativas -, mudam a expressão do nosso material genético. Portanto, a Neuroplasticidade é a capacidade que o nosso cérebro tem de se modificar e de se adaptar em resposta a estímulos internos ou externos.
O cérebro é um órgão adaptável, que pode ser modificado por estímulos. Tudo que pensamos ou sentimos é determinado e reconhecido pela maneira como nossos neurônios se conectam uns aos outros. Essas conexões são chamadas Sinapses. Quanto mais aprendemos, mais sinapses fazemos!
Por exemplo: se você está aprendendo a andar de bicicleta, este novo aprendizado dispara um sinal que ativa uma substância chamada Glutamato. Quanto mais repetição houver, mais sinapses ocorrem, reforçando o aprendizado.
Se você não praticar, essas sinapses enfraquecem e você esquece o que tinha aprendido.
Quando aprendemos movimentos mais complexos, estimulamos áreas diferentes do cérebro; além das áreas motoras, áreas relacionadas a cognição e execução de movimento, chamadas praxia. Isso afina a bainha de mielina, que é o condutor dos impulsos nervosos, tornando-os mais rápidos.
Em termos da antropologia e neurobiologia da nossa espécie, sabemos que fomos feitos para encontrar combustível; ou seja, movimentar-se para caçar e para suprirmos a fome, mantendo nossa existência. Com essas necessidades, fomos aprendendo estratégias. Então o exercício, com novos padrões de movimentos, produz neuroplasticidade.
Além disso, existem áreas do nosso cérebro capazes de produzir novos neurônios - e isso ocorre em todas as idades e esses neurônios podem migrar para áreas que necessitam mais.
Abaixo, a representação de um cérebro modificado neuroplasticamente por exercício:

E esse é um cérebro modificado neuroplasticamente pela meditação:

O cérebro em meditação aumenta a espessura do córtex pré-frontal, região importantíssima para controle das emoções para evitar transtornos de impulsividade e para nossa sensação de equilíbrio e felicidade.
Co-crie a sua neuroplastcidade!
Você pode mudar sua vida e sua longevidade com práticas muito simples.